sexta-feira

Sábado

São oito da manhã e eu já fumei um ou dois cigarros, mas não é por terror a vida ou sequer por apatia, falta do que fazer. É uma ansiedade boa como é boa toda vez que decido esperar você. Tem uma fumacinha extra que sai de mim toda a tragada, porque tá meio frio, orvalhado e isso deixa tudo mais bonito e enche tudo de esperança. Você enche tudo de esperança. Eu gosto de ser quem sou quando você está por lá. É como se eu tivesse algum valor. E eu amo você e você me ama... Nunca tudo foi tão simples.

segunda-feira

Cotidiano

O eterno tentar mudar, mas ainda sem conseguir. Vivendo de palavras vazias e de efemeridade,  sem nenhum resquício de identidade. Era a mesma varanda em que esteve tantas vezes, o mesmo cigarro que fumou tantas vezes, o mesmo café que bebeu tantas, infelizmente, não era a mesma que esteve lá, fumando um cigarro e bebendo café. Esteve lá nos tempos em que ainda tinha coração, esteve lá nos tempos em que ainda tinha esperança, esteve lá nos tempos em que ainda tinha algo a oferecer... Agora estava lá de novo, agora roubada, usurpada, sem nenhum vestígio do que fora um dia.